segunda-feira, 10 de maio de 2010

Casos de Família - Roupa Suja se Lava no Palco


O que leva uma pessoa a expor seus problemas diante das câmeras e resolver as diferenças com seu desafeto numa espécie de tribunal popular? Essa é a fórmula do Casos de Família, programa que vai ao ar nas tardes do SBT de segunda a sexta à partir das 17 horas . A atração, apresentada por Cristina Rocha, tem média de 7 pontos de audiência, graças aos conflitos que, geralmente, acabam em troca de ofensas.


Os temas são os mais improváveis, desde briga de vizinhos por causa do lixo até mães descontentes com os filhos adultos que não querem sair de casa. Além da platéia, que ajuda a colocar mais lenha na fogueira, há três psicólogos que dão um parecer sobre os assuntos abordados e aconselham as partes envolvidas, o que não significa que tudo termine bem. “Os convidados são estimulados a criar barraco, pois é o que dá Ibope”, diz a ex-assistente de produção Fernanda Camargo, que já trabalhou no programa.

Mas nem sempre os participantes vão para acertar questões mal-resolvidas. É o caso do vendedor Sérgio Costa, um dos personagens do tema “meu marido é mais vaidoso que eu”. Obviamente, a exposição lhe fez bem ao ego. “Não fui para resolver um problema, fui um dos poucos a manter o nível, sem partir para baixarias ou insultos”, lembra Sérgio, que admite ser “metrossexual”.

Para Fernanda, Sérgio não foi o único a tirar proveito da situação. “As pessoas na verdade vão ao Casos de Família para aparecer, não existe nenhuma ajuda fora do programa”, conta. E qual seria o perfil desses participantes? “A maioria vem das classes mais pobres e recebe uma quantia pelos direitos de imagem. Alguns temas até contam com gente de outras classes, mas é difícil, nem todos querem se expor”.

Entretanto, Sérgio ressalta que os 15 minutos de fama dependem do julgamento do público. “Se o pessoal gosta, você fica famoso, senão acaba desprezado. Comigo a platéia aplaudiu, eu dancei com a Cristina Rocha, foi muito bom”. Ou seja, mesmo que os participantes sejam estimulados a bater boca, nem tudo precisa terminar em baixaria.


Por: Vanessa Assis